O que existe dentro de um computador quântico ?
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Mesmo que o primeiro passo já tenha sido dado, o caminho até que as maravilhas das “possibilidades infinitas” da computação quântica cheguem às nossas casas ainda é longo, considerando que o D-Wave One custa mais de U$ 10 milhões e só é capaz de executar um número limitado de tarefas.
O que é computação quântica ?
Antes de entender o propósito dos componentes do D-Wave One, é preciso entrar um pouco mais afundo no mundo da física quântica.
Na essência desta ciência está o estranho fenômeno de que, em certas circunstâncias especiais, o comportamento dos elétrons em movimento pode mudar dependendo da presença ou ausência de um “agente observador”. Parece loucura, porém o fenômeno já foi comprovado e a computação quântica é possível apenas por causa dele.
Esse princípio de
estados simultâneos também é chamado de superposição. Para tomar
proveito desse fenômeno, o computador quântico usa os chamados qubits,
a versão quântica dos bits convencionais. A diferença é que, em vez de
assumir apenas dois estados possíveis em um determinado momento — 0 ou
1, os qubits podem conter zeros, uns, ou qualquer combinação dos dois.
Ao mesmo tempo.
Processando em qubits
O D-Wave One está equipado com 128 destes qubits que podem ser programados para resolver algoritmos simples. O objetivo deste aparato é, dentro de apenas um único ciclo elétrico, calcular todas as possiblidades de resultados e “mostrar” apenas o correto.
Para exemplificar essa “maluquice”, imagine que você tenha quatro números de telefone diferentes em mãos e que um deles é o de um amigo, mas você não sabe qual. Para descobrir o correto, você precisaria usar o método de tentativa ou erro umas duas ou três vezes até descobrir certo, discando os números um de cada vez.
Já um computador quântico é capaz de usar o princípio da superposição
dos valores nos qubits e, ativando um dispositivo que produz o efeito
de simular (ou não) um agente observador, fazer com que todas as
possibilidades se manifestem simultaneamente, como se estivessem todas
acontecendo dentro do mesmo espaço e tempo. Depois, basta escolher o
número que trouxe o resultado esperado, ou seja, a confirmação do seu
amigo do outro lado da linha.
Partes do processador quântico
A parte mais importante do CPU quântico são os qubits, que precisam
se comportar como supercondutores para que o fenômeno da superposição
aconteça. Até agora, a única forma viável que os engenheiros encontraram
para alcançar isso foi construindo os qubits usando um metal raro
chamado nióbio e baixando a temperatura do aparato até -272.98 graus
Célsius, próximo ao zero absoluto.
Próximos dos qubits estão os circuitos dos chamados “couplers” (ou
“combinadores”). Seu objetivo é interconectar os qubits e forçar a
combinação daqueles que estão com dois valores iguais (0-0, 1-1) ou
valores opostos (1-0, 0-1), dependendo do propósito para o qual o
processador está programado.
Por último, temos as memórias magnéticas programáveis, ou “PMM”.
Esses circuitos ficam nos arredores dos qubits e couplers e agem como
endereçadores. A PMM também atua como uma interface de programação que
permite manipular o estado dos qubits.
Aplicações práticas
Um dos primeiros compradores do computador quântico da D-Wave é a
gigante Lockheed Martin, uma das principais fabricantes de armas nos
Estados Unidos. Lá, a máquina auxilia no cálculo de operações que iriam
requerer um grande número de tentativas e permutações, agilizando muito
os resultados.
Ainda assim, o D-Wave One só pode executar operações muito
específicas e limitadas, longe de ser capaz de substituir um computador
convencional. Por isso, é provável que ainda leve alguns anos, talvez
décadas, até que você possa ter o poder da computação quântica em sua
casa.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias
/noticia.php?artigo=processador-quantico
http://kilobyte.com.br/o-primeiro-processador-quantico-foi-criado/
http://www.hardware.com.br/analises/processadores-quanticos/
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